Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As Autoridades Eclesiásticas se pronunciaram sobre o assunto (Os Carismas Extraordinários)?



Respostas das Autoridades da Igreja Católica

Documento de Puebla assim se expressou: “Os Carismas nun­ca es­tiveram au­sentes da Igreja... Contudo, esta Renovação (espiritual) exige dos Pastores bom senso, orientação e discerni­mento, para que se evi­tem exageros e desvios perigo­sos” (nº 207).

Por isso, com razão observou o Cardeal Joseph Ratzinger: “Como toda rea­lidade hu­mana, também a Renovação Carismática fica exposta a equívo­cos, a mal-entendidos e exageros” (citado em “A Renovação Espiritual Cató­lica Carismática”, Ed. Loyola, p. 31).

O Papa João Paulo II, na sua Exortação sobre “Catequese Hoje”, fa­lando de Gru­pos de Ora­ção como focos importantes de catequese, chamava a atenção dos respectivos diri­gentes: “Nunca per­mitais, custe o que custar, que a esses Grupos falte um estudo sério da Doutri­na Cristã. Sem isto, eles cor­reriam o risco – e tal perigo infelizmente tem-se verificado muitas vezes – de decepcio­nar a própria Igreja” (N. 47).

O desvio fundamental que leva a presumir saber muito, suscita ou­tras gra­ves consequências, apontadas pelos Bispos latino-americanos reunidos em La Ceja (Colômbia) em setembro de 1987: “Con­centrar-se unicamente em deter­minados Carismas, não valorizar devidamente a riqueza Sacra­mental, inter­pretar as Sagradas Escrituras segundo um cri­tério Fundamentalista, que, em algumas ocasiões, desconhece o devido entendimento dado pelo Magistério Hierárquico, menosprezar a verdadeira Devoção Mariana e aceitar critérios e afirmações Protestantes equivocados” (cit. em “A Renovação Espi­ritual Católi­ca Carismática”, p. 33).

Os Bispos da Província Eclesiástica de Aparecida arrolaram ainda outros desvios: “Muitas pessoas buscam na Renovação Carismática uma experiên­cia exagerada de Deus e de seus Dons. Há os que se angustiam e desespe­ram por não conseguirem os Carismas que almejam com sofre­guidão. Sen­tem-se inferiorizados diante da ausência dos Sinais que aguardam, dian­te do silêncio de Deus... Convém saber que os Dons de Deus, os Caris­mas se des­tinam, antes de tudo, ao bem comum da Comunidade, e Ele os distri­bui quan­do, como, onde e a quem quiser. Ninguém presu­ma obter os Dons de Deus em proveito próprio e como se fossem uma conquista. Este ponto deve ficar bem escla­recido” (“Reno­vação Carismática – Orientações e Normas Pasto­rais dos Bispos da Pro­víncia Eclesiástica de Aparecida”, pp. 7 ss.).

O Concílio Vaticano II ensina que, os verdadeiros “Carismáticos” de­vem estar sub­missos as Autoridades da Igreja Católica (Const. Dogmát. “Lu­men Gentium”, nº 14). “Os Dons extraordinári­os, não devem ser temeraria­mente pedidos, nem deles devem presun­çosamente ser esperados frutos de obras apostólicas” (Const. Dogmát. “Lumen Gentium”, nº 33). “O juízo sobre sua autentici­dade e seu ordenado exercício compete aos que go­vernam a Igreja” (L. G.). Os Bispos é quem de­vem reconhecê-los pelo senso da Fé (L. G., nº 75; Decret. “Presbyterorum Ordinis”, nº 1170). “Da acei­tação destes Caris­mas, nas­ce o di­reito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edifica­ção da Igreja, den­tro da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito San­to, que ‘sopra onde quer’ (S. Jo. 3, 8), ‘distribuindo-os um por um, conforme quer’ (I Cor. 12, 11), na comunhão com os ir­mãos em Cristo, sobretudo, com seus Pastores” (Decreto “Apostolicam Actuositatem”, nº 1339).

Diante destas Normas do Concílio, a Conferência Nacional dos Bis­pos do Brasil (CNBB) ad­verte: “... Como é difícil discernir, na prática, entre ins­piração do Espírito Santo e os apelos do ani­mador do grupo reunido, não se in­centive a chamada Oração em Línguas e nunca se fale em Lín­guas sem que haja intérprete... As orienta­ções aqui oferecidas são a expressão da solicitude pas­toral com que o Episcopado Brasil­eiro acompa­nha a RCC e ... sua preocupação com os desvios ocorridos, que são prejudici­ais para a RCC e para toda a Igreja” (Documentos da CNBB – 53, “Orien­tações Pasto­rais so­bre a Renovação Carismática Católica”, nn. 62 e 69).

► “No dia 3 de setembro de 1969, falando dos Carismáticos em geral, incluí­dos os arau­tos de reformas sociais, o Papa Paulo VI chamou a atenção para fenômenos que ‘não so­mente estão em con­tradição com o Direito Canônico, mas ferem o âmago do culto Católico, pois vemos que se emancipam das estruturas institucionais da Igreja autêntica, real e humana, na falaciosa esperança de ins­taurar um Cristianismo livre, puramente carismático, mas, na reali­dade, amorfo, esvaecente, exposto a todas as correntes da paixão e da moda’. Uma se­mana de­pois, voltou a falar do ‘recurso a ideologias arbitrárias, à suposição gratuita de fatos caris­máticos, a fim de preencher o vazio interior aberto pela perda da con­fiança em Deus e nas Di­retrizes da Igreja’.

Aos 24 de setembro de 1969, Paulo VI tornou ao assunto: ‘Ao falar da Igreja de nossos dias, muitos se dizem inspirados por espírito profético. Pro­ferem afirmações arriscadas e, às vezes, inadimissíveis; referem-se ao Espírito Santo como se o Divino Pará­clito estivesse sempre a servi­ço deles. Alguns o fazem, infelizmente com a intenção, não confessada, de se emancipar do Magistério da Igreja, que goza da assistência do Espírito Santo. Deus permita, não cause grandes danos, a pre­sunção dessas pessoas, que con­siste em fazer do seu juízo ou da sua experiência pessoal a regra ou o critério de doutri­na religiosa. Queira Deus impedir que se deixem ilu­dir as pessoas de boa vontade, ao considerarem essas opiniões particulares como Dons Carismá­ticos e inspiração pro­fética’.

Aos 26 de outubro de 1974, Paulo VI aludia às comunidades caris­máticas propriamen­te ditas: ‘Notamos com satisfação que aspiram a ser movidas pelo Es­pírito Santo. Mas essa aspiração seria frustrada se a sua vida eclesial na uni­dade do Único Corpo de Cristo se apagasse ou se emanci­passe da le­gítima Autoridade; ou se se entregasse a inspirações arbitrárias’.

No Discurso de 23 de novembro de 1981, o Santo Padre, o Papa João Paulo II disse: ‘Não fal­tam riscos. Sabeis quais são: por exemplo, a exagera­da importância atribuída à experiência senti­mental do Divino; a procura imo­derada do ‘espetacular’ e do ‘extraordi­nário’; o gosto das interpre­tações pre­cipitadas e errôneas da Escritura; o fechamento sobre si mesmo e a fuga dos compro­missos apostólicos; o narcisismo, que isola e fecha sobre si. Es­tes e outros riscos se apresentam na vossa caminhada, e não somente na vossa...

Deste propósito decorrerá a verdadeira renovação da Igreja almeja­da pelo Concílio Va­ticano II. Vós vos esforçareis por incrementá-la mediante a Oração, o Testemunho e o Serviço. Com efeito, a Exor­tação Apostólica ‘Catechesi Traden­dae’ o lembra: ‘A renovação no Espí­rito será autêntica e produzirá frutos copiosos na Igreja, menos por suscitar Caris­mas Extraordinári­os do que por levar o maior número possível de fiéis, na sua existência coti­diana, a um esforço humilde, paciente e perseve­rante para conhe­cer e testemunhar cada vez melhor o Mistério de Cristo’ (Hilário Campion, ex-caris­mático)” (Textos extraídos de “Pergunte e Responderemos”, nº 282/1985).

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Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" link "Meus Documentos - Lista de Livros".

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