Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Medjugorje, a História Definitiva.


(I)

Credibilidade das Mensagens.

As mensagens de Medjugorje são, na maioria das vezes, de uma banalidade ímpar e poderiam ser compiladas por qualquer criança de 10 anos com um conhecimento mínimo de orações e devoções tradicionais e de doutrina. Eis um exemplo típico de mensagem (publicada no dia 6 de outubro de 1996):

Medjugorje

Medjugorje
Queridas crianças, hoje eu vos convido a oferecer suas cruzes e sofrimentos pelas minhas intenções. Filhinhos, eu sou sua mãe e quero ajudá-los a alcançar a graça de Deus. Filhinhos, ofereçam seus sofrimentos como um dom de Deus de modo que eles se tornem a mais linda flor de alegria. Por isso, filhinhos, rezem para que vocês possam compreender que o sofrimento pode se tornar alegria e a cruz, o caminho para a alegria. Obrigada por atender meu chamado.
Pode-se notar que é normal oferecer orações, sofrimentos e alegrias de cada dia pelas intenções de Nosso Senhor através do Imaculado Coração de Maria, e não pelas intenções de Nossa Senhora.
Desejo lhes transmitir mensagens de uma forma inédita na história.[1]
Dificilmente alguém poderia negar que a “aparição” ocorre sempre que um dos visionários deseja é, certamente, algo inédito na história.
Rezando, vocês me ajudaram a realizar os meus planos. Implorarei de meu Filho que todos os meus planos sejam realizados. [2]
Filhinhos, sem vocês eu não posso ajudar o mundo. [3]
Isso significa que a intercessão da nossa Advogada cheia de graça depende totalmente dos videntes de Medjugorje?
 Deixarei um sinal para os infiéis.
Este é um desenvolvimento interessante, pois, como demonstrarei mais tarde, o sinal prometido tinha, originalmente, a intenção de provar a veracidade das aparições para os fiéis.
Filhinhos, eu quero que vocês vivam e mudem toda a negatividade interior, de modo que tudo se torne positivo e vivo.  [4]
Esta mensagem parece ter vindo direto de um manual Nova Era. Algumas mensagens são de ortodoxia dúbia. No dia 1º de outubro de 1981, a aparição anunciou: “Para Deus, todas as religiões são iguais”, usando a palavra croata “iste”. Numa declaração mais detalhada, a aparição insiste que todas as religiões são iguais:
Só há um Deus para todos, mas as pessoas inventaram [5] várias religiões. Meu Filho é o único Mediador e Salvador de todas as pessoas, mas, do modo que vejo, as pessoas vivem bem se elas praticam bem as suas religiões, se elas seguem as suas consciências.
Nossa Senhora está dizendo aqui que a religião Católica foi inventada pelos homens? Como uma religião que foi fundada pela encarnação de Deus pode ser colocada no mesmo nível que as religiões inventadas pelos homens?

Medjugorje depois de 21 anos – 1981-2002 – A História Definitiva, Michael Davies. Tradução de Patrícia Medina.


[1] R. Franken, A Journey to Medjugorje (1999),  p. 36
[2] Ibid.
[3] Ibid.
[4] Franken, p.37
[5] Nota da Tradutora: a expressão utilizada originalmente foi “conjured up”. O verbo traduz-se por “fazer truques” ou “fazer aparecer”, ou ainda, “intentar por meio de conspiração. Conspirar, tramar, maquinar. Insurgir-se, rebelar-se”. Uma outra forma de traduzir a infame frase seria: “as pessoas maquinaram várias religiões”.


 (II)

A defesa de um Padre imoral.

Os "videntes" de Medjugorje.

 Os "videntes" de Medjugorje.

Antes de expor a documentação para provar a falsidade das supostas aparições, lhes darei dois exemplos do grau de credibilidade que deveria ser dado aos ditos videntes de Medjugorje. O primeiro incidente foi documentado numa declaração do Monsenhor Zanic [então bispo diocesano de Medjugorje] de 1990, que foi impressa em sua totalidade em maio de 1990.  Essa declaração diz respeito a um padre franciscano, expulso da Ordem Franciscana por uma ordem direta do Papa João Paulo II. Padre Vego seduziu uma freira, irmã Leopolda e, quando ela engravidou, ambos abandonaram a vida religiosa e começaram a viver juntos perto de Medjugorje, onde o filho dos dois nasceu. Eles agora têm dois filhos.

Mas, antes disso, o padre Vego se recusou a aceitar a sua expulsão e continuou a celebrar Missa, a administrar os sacramentos e a conviver com sua amante. Mas por que mencionar este fato desagradável? O motivo é que os videntes alegaram que Nossa Senhora apareceu a eles 13 vezes afirmando que o padre Vego era inocente, que ele tinha direito de celebrar Missa como qualquer outro padre e que o bispo era duro demais!

Qualquer leitor com uma verdadeira noção do ser católico, um sensus catholicus, não precisará ler mais nada para perceber a amplitude da desonestidade dos videntes, uma desonestidade que não pode ser desculpada com base na defesa de que eles foram manipulados por seus mentores franciscanos. Que credibilidade pode-se dar aqueles que alegam que a Mãe de Deus lhes disse repetidamente que um padre imoral, expulso de sua Ordem por ordem do próprio Papa, é inocente, e que o bispo, que agiu da única forma adequada, é a parte culpada?! E como um teólogo supostamente respeitável, como o padre René Laurentin, que ganhou muito dinheiro com livros sobre Medjugorje, reage quando confrontado com tais fatos? O Monsenhor Zanic nos dá a resposta. Laurentin implorou a ele que não publicasse os detalhes do incidente.

Monsenhor Zanic afirmou que esta tem sido a posição consistente do padre Laurentin – esconder a verdade e defender a falsidade. Apesar da verdade sobre o Padre Iviva Vego não poder mais ser negada, seu livro de orações ainda é vendido em Medjugorje e em outros lugares às centenas de milhares de cópias!  Os propagandistas de Medjugorje ainda insistem que Ivica Vego é a parte inocente e que o bispo é o culpado. A “prova” que os defensores têm é que Nossa Senhora supostamente disse para Vicka que este é o caso e, no que lhes diz respeito, qualquer afirmação da vidente Vicka é uma verdade auto-evidente. Num livreto pró-Medjugorje publicado em 1991, Nossa Senhora supostamente diz o seguinte, no dia 3 de janeiro de 1982:

Ivica não é culpado. Que ele mantenha a fé ainda que seja expulso. Eu não cesso de repetir, “paz, paz, paz” e, no entanto, a agitação aumenta. Ele não é culpado (Nossa Senhora repetiu isso três vezes). O Bispo não mantém a ordem. É por causa disso que ele é responsável. A justiça que vocês não viram, voltará. [1]

Medjugorje depois de 21 anos – 1981-2002 – 
A História Definitiva, Michael Davies. Tradução de Patrícia Medina.


[1] Bishop Zanic – What Went Wrong? (Saint James Publishing, P.O.Box 380244 – Birmingham, Alabama), p.5.


(III)

Fraude Filmada.

O ex-padre Vego teve um papel importante no segundo incidente. Os “videntes” e seus manipuladores franciscanos mantiveram, de forma consistente, que durante os seus “êxtases” eles ficavam imóveis e sem comunicação com o mundo exterior. No dia 14 de janeiro de 1985, um cinegrafista francês chamado Jean-Louis Martin quis testar tal afirmação enquanto os “videntes” diziam estar em êxtase na Igreja de são Thiago. Ele fez um movimento brusco com seus dedos em direção aos olhos de Vicka Ivankovic. Vicka teve um sobressalto e jogou a cabeça para trás. Felizmente, todo o fato foi filmado e eu possuo o vídeo que mostra o incidente em câmera lenta. A menina saiu da sala e voltou alguns minutos depois acompanhada por ninguém menos que seu velho amigo Ivica Vego vestindo um belo casacão azul. Vego estava no comando da situação e deu a maior parte das explicações. O fato de ele estar ainda tão envolvido com os videntes, mesmo depois de ter sido expulso de sua ordem, é de grande importância. A explicação apressadamente fabricada que Vego instruiu Vicka a dar é a seguinte:
Quando eu cheguei à capela, eu vi Jean-Louis, vi todas as pessoas, mas quando o êxtase começou, eu não vi nada além da Virgem Maria que trazia o Menino Jesus em seus braços e, naquele momento, eu vi que Jesus iria cair no chão, então eu fiz um movimento para pegar o Menino Jesus para que Ele não caísse no chão.
Dificilmente se pode encontrar um caso mais evidente de mentira. É inconcebível que durante uma aparição de Nossa Senhora com o Menino Jesus, a criança poderia possivelmente escorregar. Se, per impossible, isso aconteceu, é de uma coincidência absurda que vai para além dos limites da credibilidade, além de absurdo ter que acreditar que isso aconteceu no momento exato em que o jornalista fez o movimento em direção aos olhos de Vicka e, finalmente, ainda que ela estivesse falando a verdade, que ela teria se movido se afastando da aparição e não em direção a ela!


dezembro 26, 2011.

Medjugorje depois de 21 anos – 1981-2002 – A História Definitiva, Michael Davies. Tradução de Patrícia Medina.

http://fratresinunum.com/2011/12/26/medjugorje-a-historia-definitiva-iii-fraude-filmada/

Tomás responde: O herege, que não crê em um artigo da fé, pode ter fé informe nos outros artigos?



Gustaf Vasakyrkan, “Os santos triunfam sobre a heresia“, Estocolmo
Parece que o herege, que não crê em um artigo da fé, pode ter fé informe nos outros artigos:

1. Com efeito, o intelecto natural do herege não é mais potente que o do católico. Ora, o intelecto do católico para crer qualquer artigo da fé deve ser ajudado pelo dom da fé. Logo, parece que nem os hereges podem crer alguns artigos da fé sem o dom da fé informe.

2. Além disso, como a fé contém muitos artigos, assim também, uma mesma ciência, por exemplo, a geometria, contém muitas conclusões. Ora, um homem pode ter ciência de certas conclusões geométricas, ignorando outras. Logo, o homem pode ter fé em alguns artigos da fé, não crendo, porém, em outros.

3. Ademais, assim como o homem obedece a Deus para crer artigos de fé, assim também, para observar os mandamentos da lei. Ora, o homem pode ser obediente acerca de alguns mandamentos, mas não acerca de outros. Logo, também pode ter fé em alguns artigos e não em outros.

EM SENTIDO CONTRÁRIO, como o pecado mortal contraria a caridade, assim também descrer um artigo contraria a fé. Mas, a caridade não permanece no homem depois do pecado mortal. Logo, nem a fé, em quem não crê num artigo.

O herege que descrê de um artigo de fé não tem o hábito da fé, nem da fé formada nem da fé informe. E a razão disso é que a espécie de qualquer hábito depende da razão formal do objeto. Se esta desaparece, desaparece também a espécie do hábito. O objeto formal da fé é a verdade primeira manifestada nas Sagradas Escrituras e na doutrina da Igreja. Por isso, aquele que não adere como a uma regra infalível e divina à doutrina da Igreja, que procede da verdade primeira revelada nas Sagradas Escrituras, não tem o hábito da fé, mas aceita as verdades da fé de modo diferente que pela fé. Como alguém que tivesse em sua mente alguma conclusão sem conhecer o meio que serve para demonstrá-la; é evidente que não tem dela ciência, mas somente uma opinião.

Ora, é claro que quem adere à doutrina da Igreja como à regra infalível, dá seu assentimento a tudo o que a Igreja ensina. Ao contrário, se do que ela ensina, aceitasse como lhe apraz, umas coisas e não outras, já não aderiria à doutrina da Igreja como regra infalível, mas à própria vontade. E assim é claro que o herético que descrê pertinazmente um artigo não está disposto a seguir em tudo a doutrina da Igreja (se, porém, não houver pertinácia, não é herético, mas apenas errado). Daí ser manifesto que o herético sobre um artigo de fé não tem fé a respeito de outros artigos, mas uma certa opinião dependendo de sua vontade própria.

Quanto às objeções iniciais, portanto, deve-se dizer que:

1. O herege não admite como o fiel os artigos da fé sobre os quais não erra. Este adere absolutamente à verdade primeira, para o que precisa ser ajudado pelo hábito da fé. Mas os admite por sua própria vontade e por seu próprio julgamento.

2. Nas diversas conclusões de uma ciência há diversos meios pelos quais elas são provadas, podendo conhecer-se alguns sem que outros o sejam. Por isso, o homem pode saber algumas conclusões de uma ciência, desconhecendo outras. Mas, em todos os artigos da fé, ele adere por causa de um meio, isto é, por causa da verdade primeira que nos é proposta nas Escrituras, retamente entendida, segundo a doutrina da Igreja. Portanto, quem se afasta desse meio está totalmente privado de fé.

3. Os vários preceitos da lei podem referir-se a diversos motivos próximos; e assim um pode ser observado sem o outro. Ou então, a um motivo primeiro, que é obedecer perfeitamente a Deus; do qual se afasta qualquer um que transgrida um preceito, segundo o dizer da Carta de Tiago: “Quem vier a faltar num só de seus preceitos torna-se réu de todos”.

Suma Teológica II-II, q. 5, a.3

26 dezembro, 2011.

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